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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A BADERNA E A FALSA INFORMAÇÃO SOBRE O ANARQUISMO


                              O PAPEL DA MÍDIA PARA ENLAMEAR A ANARQUIA 



   Essa história começa no período da reabertura político/ democrática pós ditadura militar.

   Vamos começar pela associação dos grupos anarquistas com os trabalhadores para a chamada " greve geral". 

    Os movimentos anarquistas foram cruciais na elaboração das ações que resultaram, por exemplo, na criação da CUT, e de outros organismos de organização dos trabalhadores em sindicatos.

    Obviamente isso não seria bem visto pela classe dominante, nem por seu cão de guarda,  A GRANDE MÍDIA. 


     Propagandas veicularam a violência das ações chamadas "ações diretas " ao termo anarquia de forma indiscriminada, alimentando a desinformação popular sobre o assunto, além de fomentar o ódio contra seus adeptos. 

      Como todo período histórico, haviam outros fatores que contribuíram para aumentar essa propaganda, o MOVIMENTO PUNK.

      Nascido em meados de 77 a 79, mais ou menos no Brasil, a rebeldia típica adolescente dos punks, se encontrou violentamente com a cultura anarcossindicalista, gerando uma fusão.

      

       

sábado, 19 de junho de 2021

ANARQUIA CRISTÃ E A MENTIRA DA VOLTA DE JESUS

 

ANARQUIA CRISTÃ E A MENTIRA DA VOLTA DE JESUS

 

INTRODUÇÃO

 

 

ANARQUIA CRISTÃ

 

Para a gente começar a falar de anarquia dentro do cristianismo, precisamos pontuar como pensar a anarquia nos dias atuais.

A utopia de um tipo de governo sem hierarquia, ou seja, sem um homem governando outro homem.

O que nos faz pensar....

Há uma controvérsia entre o uso da política no meio cristão e consequentemente no mundo ao seu redor.

A política é a relação entre as pessoas numa “polis”, então, o cidadão se vê obrigado a tomar partido nas decisões tomadas pelas autoridades no que diz respeito ao povo.

Mas, pra um anarquista, nenhum homem tem capacidade moral pra tomar as decisões que a população precisa.

Um homem ou um grupo de homens tem IMPERFEIÇÕES que nos levam aos erros cometidos ao longo da história humana, por isso, o anarquismo propõe o fim da hierarquia.

Dois pontos nos levam a essa conclusão: o primeiro é a própria consciência moral do ser humano e o outro é a tendencia NEFASTA das politicas humanas de COMBATE.

Segundo Vernard Eller, em seu livro “ANARQUIA CRISTÃ, a política humana precisa de um arque inimigo.

É uma prática comum, chamada de “maniqueísmo “, onde a posição politica se coloca como “deus” e a verdade absoluta e seus detratores são o “diabo” e o mal encarnado.

Segundo Eller, é uma redução colocar o evangelho dentro desse campo limitado de pensar político mundano, uma vez que esse modelo visa o confronto e não o geral como o evangelho prega.

A politica mundana prega a superioridade moral de um grupo sobre o outro, quando o evangelho prega o oposto.

O que tem de ficar claro é a repulsa à politica PARTIDÁRIA, que segrega e divide quando o evangelho une e redime.

Há alguns anos, esse maniqueísmo, típico da política americana, não faria muito sentido no Brasil plural e multirracial, mas... infelizmente, nosso país vive num clima beligerante e altamente maniqueísta.

Duas correntes contrárias polarizam a opinião pública, a ponto de quem não se posicionar de um lado ou de outro ser chamado de APOLITICO.

Meu desafio nesse momento é diferenciar a ideia anarquista cristã brasileira das versões europeias e americanas, dando um toque brazuka, com uma pitada de pacifismo.

 

 

JESUS NÃO VAI VOLTAR

 

Eu fico me perguntando, o que se passa na cabeça dos crentes do século 21?

Criou se uma teoria CATÓLICA durante a idade media de um evento mundial sobre a volta de Jesus.

Claramente, a igreja perde poder e precisa recuperar esse poder a todo custo.

Aliada a esse fato, a reforma protestante trás um novo modelo econômico, o CAPITALISMO, que trás a ilusão do enriquecimento pelo trabalho.

Pano de fundo perfeito para que o povo SE ACOMODE em seu estado social, uma vez que a justiça VIRÁ DAS NUVENS.

De um lado, a igreja prega um evento onde o redentor virá nas nuvens e todo o olho verá, uma VOLTA DE JESUS.

Por outro lado, os reformistas vendem a ilusão de uma liberdade econômica conquistada pelo capital. Quadro perfeito.

Você espera a vinda do libertador e não questiona as diferenças abissais entre ricos e pobres.

Filha dessa aberração, nasce a interpretação escatológica de apocalipse.

Chovem anticristos, papas, governos, sinais e as mais malucas datas do fim do mundo.

Um monte de livros foi escrito com as mais variadas interpretações da volta de jesus. Datas estabelecidas, seitas criadas com o propósito de serem os escolhidos.

Minha geração consumiu a trilogia ‘left behind”.

Chegou ao ponto de se criar um adesivo que circula nos carros americanos, “perigo, carro sob risco de arrebatamento”.

Essa questão me remete à dois tópicos rapidamente, o que de real tem na sua conversão e existe alguma força capaz de rivalizar com Deus?

 O que passa na cabeça do povo evangélico?

Crentes procurando o diabo mais do que o próprio Cristo.

Durante o final do segundo século Antes de Cristo nasce um gênero literário chamado “APOCALIPSISMO” pelos acadêmicos, por causa da característica toda contida no livro de apocalipse.

Esse gênero literário se baseia numa justiça IMEDIATA do maschiac onde ele vinga Israel contra Roma tendo como inspiração JUDAS MACABEU, que consegue a independência de Israel à força, e esse evento está descrito no livro de Macabeus.

Juntando a isso temos a interpretação das 70 semanas de Daniel a se cumprir no período do primeiro século, como cenário perfeito para o cumprimento dessa profecia.

Esse gênero literário inclusive é a base pra passagem das pessoas entregarem seus bens aos pés dos apóstolos, uma vez que o cumprimento seria IMEDIATAMENTE e não num futuro vindouro.

Há um outro detalhe bem importante pra incrementar essa história, o próprio apocalipse fala claramente da CIDADE DE ROMA, e não uma potestade política ou religiosa.

Uma pergunta martela na minha mente, SERÁ QUE O CRENTE NÃO ENTENDEU SUA PROPRIA CONVERSÃO?

Vocês querem ser arrebatados para um reino que já fazem parte?

O que fala ATOS 15? Qual foi seu discurso em sua conversão?

Você já foi arrebatado amigo...

Outra coisa importante, onde Jesus se refere a um evento mundial?

A conversão é INDIVIDUAL, Deus é individual, de onde tiraram esse evento mundial, onde Deus julga as escolhas de cada um?

sexta-feira, 15 de maio de 2020

           





                        A VOLTA DA MENTALIDADE        

                            ANARQUISTA CRISTà






 A mentalidade cristã muda depois de uma catástrofe tão grande quanto á covid19?
Na verdade não deveria mudar, deveria AMPLIAR a força do pensamento cristão num momento onde a solidariedade e o amor estão à flor da pele.
O covid é democrático, não escolhe classe, cor ou gênero, o AR é seu caminho.
Qual seria a diferença da anarquia quanto às outras formas cristãs de pensar?
A maior de todas é sem duvida a falta de hierarquia, de um governo. 
Mas há mais, o pensamento anarquista diminui a barreira diante do pecador.
Por uma serie de motivos, um pecador sente grande barreira na igreja, um lugar que deveria ser de acolhimento acaba se tornando intransponível.
Arrogância, hipocrisia ou medo são alguns dos obstáculos que o pecador tem de enfrentar pra fazer parte da liga da justiça.
Por isso muitos resolvem ABANDONAR A IGREJA 
Mas o que significa abandonar ?
Não é tão somente abandonar um sistema opressor como muitos imaginam, mas o esvaziamento torna nula a mensagem e o KERIGMA do evangelho.
Onde vamos POR EM PRATICA os dois mandamentos de Jesus?
IGREJA É LUGAR DE GENTE, NÃO EXISTE PESSOA PERFEITA, SE TIVESSE NÃO SERIA NECESSARIO TER JESUS.
Por mais que você algo pra alguém FORA da igreja, não é ´páreo pro trabalho do evangelho que é transformar TODA A VIDA DA COMUNIDADE. 
E não me venha com esse papo de meu grupo é melhor que o teu, minha teologia, meu dogma ou seita. A OUTRA É HERESIA ....
HERESIA É A OPINIÃO DO OUTRO.
Assim como todas as situações da vida atual, a igreja também passa pela dicotomia MANIQUEISTA Mas o que é isso?  Como um pensamento primitivo permeia toda uma sociedade moderna?
É relativamente simples.  Minha opinião é a certa, a tua é errada, mesmo que eu sequer estude ou ouça o que você tem a dizer, se você tem coragem de discordar, você está errado.
Bem simples de se entender, eu sou DEUS, minha ideia é a própria palavra de Deus, você é o DIABO, tua opinião é a mentira e deve ir para o inferno.
Essa ideia nefasta permeia nossa politica, futebol e quase todas as áreas da nossa sociedade, a igreja não esta imune, deveria, mas infelizmente é uma das principais propagadoras desse mal.
Eu tenho uma pergunta que PROVA isso de forma muito simples.

A RELIGIÃO DO OUTRO OU A IGREJA DO OUTRO SALVA OU SÓ  A SUA? 

A base do pensamento cristão permeia a resposta afirmativa a essa questão, já que a anarquia é LIVRE, pra pensar, discutir, trocar, e principalmente cooperar um com ou outro.
A alteridade é a base desse pensamento, recheada de uma comunidade solida, unida e disposta a deixar de lado sua verdade e sua convicção para deixar o outro ter razão 
.
Esse texto é um ensaio para a volta do blog, e da minha vontade da propagação do evangelho, da anarquia cristã e do debate teológico.

VALEU GALERA, TO DE VOLTA, GEKA SKAF NA AREA ......  




terça-feira, 6 de junho de 2017

PUNK, ANARQUISTA E DE JESUS

     PODE UM PUNK SER CRISTÃO, ANARQUISTA E IR AO CULTO?


Muita controvérsia passa pela minha cabeça toda vez que tento conciliar esses lados tao antagônicos de minha vida.
A primeira faceta da minha personalidade foi a anarquia, provinda da escola, onde aprendi desde cedo a questionar autoridades.
Esse questionamento num brasil recém saido da ditadura fazia todo o sentido, as instituições democráticas estavam testando viver sem as amarras, e os jovens professores tinham finalmente liberdade.
Aliada a esse fato, veio a musica, de uma geração que bebeu do cálice da tropicalia, e da contestação do movimento contra a ditadura

O Rock fazia sentido, o Rap e o Break ganhavam espaço com sua cultura Hip Hop.
Todo esse cenário me levou a montar a primeira banda, Molotov...
Veio o clubinho... o resto vocês sabem...RDH ....
MAS com o Rdh veio a agressividade punk, o anarquismo  ateu, que via toda a religião como uma combid , e isso me fez odiar a Deus.
Um Deus que nunca conheci, pois semre associei Deus a um lider e/ou uma religiao manipuladora.
Eu vivi uma grande epoca no movimento Punk, e me orgulho muito disso, os anos 90.
Era o fim das gangues, enfim teriamos um pouco de paz entre Punks pelo menos em Sampa.
Durante esse periodo, a musica contestadora e violenta do Rdh era parte da minha voz, que se dividia  em zines, e outras expressoes que me preenchiam por completo.
Alguma coisa na religiao me incomodava bastante, eu não sabia exatamente o que era, suas regras, rituais, o discurso que eu achava hipocrita, ou as reunioes, eu não sabia exatamente o que era, mas algo não/ia bem .

Nesse meio tempo, surgiu a paternidade, e eu sai do Rdh....
Veio a conversao, eu finalmente entendi o que me incomodava na religiao, Jesus.
Sempre via a religiao como um monte de pessoas procurando algo que nunca encontrariam.
Logico que eu não entendia a religiao, simlesmente eu não sabia PORQUE eles se encontravam.
Há algo muito maior que a simples relacao  humana, há o trancendente, o Eterno, o sagrado.
Vivi por muitos anos encubando minhas ideias anarquistas, na ansia de experimentar mais do trancendente, vivi na busca pelo conhecimento do sagrado, atraves de lideres, pastores e professores que me mostravam o caminho.
Mas, foi na faculdade, nos poroes  pra ser mais preciso, com o saudoso Professor LUCIANO, que a chama contestadora acendeu e ascendeu de novo.
A anarquia crista era uma realidade, não somente aquela terrorista de Daniel Guerin, não aquela trabalhadora de Bakunin, mas algo que vinha aliada aquilo que mais eu tinha de proposito na vida, ela revelava JESUS.
Todo o movimento Punk me recebeu de volta com os bracos abertos quando eu voltei pro Rdh, isso me causou um imisto de alegria e indignacao.
Por que o meio evangelico e cristao não recebeu a minha identidade Punk tao bem quanto o Punk recebeu minha identidade crista?
Estaria ai de volta toda a hipocrisia que eu odiava antes ?
A reflexao do passado se fez mais presente agora, numa forma de grito, abafado durante os anos de banco, oracao e anonimato nas igrejas
.
Mas isso tambem mudou, quando entrei pelas portas da igreja batista, fui ouvido, o Punk podia se expressar, não necessariamente ser aceito, mas finalmente ter VOZ.
Percebi que na verdade, extremos nos afastam do conhecimento, nos afastam do dialogo, da relacao humana...
Vamos dialogar, vamos sentar e debater esse humano que expressa seu amor a Cristo, que expressa sua raiva diante da corrupcao e dos governos humanos.
Vamos a luta, e glorias a Deus.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

De que lado você está?

                                                      De que lado você está?



     Vivemos em um momento conturbado, o país dividido, azul e vermelho, certo e errado, deus e o diabo, fla e flu....

     Esse maniqueísmo forçado, que nos impele a escolher um lado, mesmo que não saibamos direito qual lado, me fez refletir.

     De que lado eu estou? Mais... DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?

     Será mesmo que temos o devido sentido e o valor das coisas que defendemos?????

     Ou somos apenas apaixonados?

     Defina pra você mesmo : Oque é certo?

      Será que minhas convicções de vida refletem meus valores?

       E mais, será que estou disposto a mudar quando e se sentir que posso estar errado ?    

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

MEU PÉ DE LARANJA LIMA DOS SONHOS
        
O amigo imaginário do teólogo

Introdução

            As aventuras e desventuras da imaginação de um teólogo, que cresceu ás voltas com seu amigo imaginário, Jesus Cristo, seu Reino fantástico e os dissabores da dura realidade.

Era uma vez...

         Um mundo duro, cheio de contradições, onde o labor teológico se faz cada mais necessário, mas é rechaçado pelos mais incautos, uma vez que propõe mudanças nos paradigmas e estereótipos vigentes nas comunidades de fé.
            Quanto mais o aprofundamento acontece, mais ele é estranho, pois propõe mudanças, assim como o nosso herói, Zezé, que ao cantar ao seu pai:

                        ““. “Se for pacu pequeno, é minhoca, se for pacu grande, mandioca...”.  

            Na inocência de nosso herói, ele canta uma musica de duplo sentido ao seu pai, e o resultado é o mesmo de sempre, surra.
            Assim como o garoto, na ânsia de agradar ao pai, não viu a maldade na musica, pois como toda paródia de duplo sentido, tem sempre um sentido literal, que na verdade esconde o sentido sujo, a teologia hoje também leva surra quando entoa frases, escreve textos, pregações, em que mostra um sentido mais profundo a textos onde o senso comum já julga esgotado de sentido.
            Nem passa pela cabeça popular se o tal Zezé teria ou não razão, o fato é que ele escolheu algo que ofendeu a seu pai, ou seja, a comunidade, imaculada, santa, que foi tripudiada, pois quer ouvir aquilo que sempre ouviu, algo diferente é perigoso aos bons costumes, pode parecer ecumenismo (nem sabemos o que é direito, mas aquele pregador antigo disse que é pecado).
            Longe de mim defender as invencionices de hoje em dia, onde tudo é relativo, até mesmo a fé, Cristo, salvação, céu/inferno e até a morte, mas o medo ofusca a busca pelo saber. Ser ortodoxo é diferente de ser reacionário intransigente. 1 Timóteo 4, 9 a 16.
            A ortodoxia nos leva cada vez mais próximos aos valores morais iniciais de nossas instituições, as intenções de nossos fundadores, e principalmente do modelo Bíblico, masdoo que vemos hoje ( e através dos tempos), é uma busca incessante, uma caça às bruxas ao novo, tentando trazer o passado a qualquer custo, afastando cada vez mais os catecúmenos de nossas igrejas, temos hoje muitos  membros que foram de outras igrejas e/ou denominações, mas são cada vez mais raras as genuínas conversões.
            Mas nosso herói que no inicio tinha um senhor como alvo, e até como inimigo, de repente, nutre uma forte amizade com seu amigo mais velho, de uma geração muito diferente da dele, o Portuga, apelidado carinhosamente por toda a comunidade, que mostra um universo rico ao nosso pobre Zezé.
            Curiosamente entrei na faculdade, cheio de fé e convicções, até ser apresentado ao meu Portuga, a História da Teologia, seus livros, personagens, que tive de degustar usando a regrinha básica do Portuga: coma devagar, a sopinha...
            A fidelidade de Zezé, aos ensinamentos do Portuga, me fez refletir: Será que estou sendo fiel aos meus mentores, cumprindo a promessa que fiz, assim como aquele menino que ganhou a caneta, eu ganhei a teologia, que nada mais que é do que a vida, a fé e os desafios de relacionar o sagrado com o cotidiano, e a esperança, montado no cavalo branco, nos galhos do meu pé de laranja lima.
            Engraçado como em tantas vezes me vejo ouvindo a voz de Calvino me censurando ao criticar sua predestinação, ou Karl Barth enfurecido por esquecido de mencionar seu nome nas tão falada “Teologia da Crise”, e vejo graça ao ver nosso herói falar com o pé de laranja lima e dar vida ao seu amigo, às vezes brigando, como em toda boa amizade sincera e duradoura. A teologia muita vezes me convidou a cavalgar por suas paginas, mas minhas lagrimas teimavam em não me deixar, pois estava magoado, havia apanhado tanto, que minha imaginação simplesmente se escondia, diante das cicatrizes.
            Até cheguei a me perguntar: “Será que ninguém gosta de mim?”, “ou “então:” vou me jogar debaixo do trem, e fica tudo resolvido, ninguém vai sentir a minha falta”.
            Essa dicotomia fervia em minha cabeça, pois mesmo sabendo da minha real situação, eu sempre fui feliz com minhas ideias, minha imaginação cria ambientes onde a anarquia cristã poderia implantada, ou pelo menos tentada, a verdadeira noção de liderança bíblica poderia ser realizada, e me dou conta que ainda ninguém o fez coma cara do Brasil, temos ensaios maravilhosos de anarquistas brasileiros, mas com uma cara europeia muito longe dos problemas e da realidade sincrética de uma país multiforme e multi fé.
            E quando essa imagem do Brasil me vem à mente, vejo a figura do Luiz, irmão mais novo do Zezé, que o segue em tudo o que faz ou diz, que tremenda responsabilidade, as novas gerações estão de olho em mim, em nós, na teologia, ainda não apanharam das suas comunidades, pois ainda não tem ideias próprias, mas bebe das palavras que saem de nossas bocas e dedos.

Zoológico Imaginário

            Ia me esquecendo de algo de fundamental importância para a historia da fé no Brasil, o campo mais fértil para o sagrado, o ponto alto deste país, que elegeu Deus para ser o soberano moral, ético e espiritual de nosso povo, mas não consegue conviver com a diversidade.
            Nosso herói tem um refugio que considera sagrado, seu zoológico imaginário, lá ele vê leões, ursos e toda a espécie de animais, convivendo em harmonia, num sonho lindo, onde na cabeça deste pobre teólogo, Candomblé, Kardecismo e Cristianismo sentam á mesa para um dialogo franco, onde cada uma mostra sua contribuição para a propagação da igualdade, mas esse lugar é protegido por uma ponte chamada “ Ecumenismo”, eu fica acima de um rio, muito caudaloso chamado “preconceito”, e todo aquele que não respeitar a ponte, é levado pela correnteza do rio para o mar da estagnação e seus afluentes, intolerância, fanatismo e outros tantos.
           

Considerações Finais

            Na verdade nem sei se são finais, ou iniciais, ou simplesmente as do momento, uma coisa eu sei, ao ver este filme, minha cabeça não me deixou mais em paz, ficava martelando para escrever sobre a saga de Zezé, que tanto retrata a minha saga como teólogo, e a de tantos outros, que levado pelas circunstancias da vida, acabou debaixo de um pé de laranja lima, falando sozinho, e/ou imaginando sua vida e sua fé na luta pela propagação do reino, e a implantação de uma anarquia cristã genuinamente brasuka e misturada, sincrética, miscigenada e principalmente sincera.·.
           


                   

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Artigo Científico do Café Teológico 30/07/2012


                             AFINAL, QUEM É JESUS?
                                Humanidade e encarnação


                                 Geraldo Rodrigues¹


Introdução


            Como podemos afirmar que Jesus foi homem, sem ao menos notar sua presença nos dias atuais?
            Qual a face de Jesus na América Latina? Ele possui uma face? Ou ainda trabalhamos com a face Européia?
             Neste artigo, tento demonstrar uma face de Jesus, usando a Antropologia Bíblica como pano de fundo

Política 
         
            Pautado em sua conduta de vida, posso afirmar que Jesus quebrou com todas as tradições de poder de sua época, o sectarismo fariseu, o imediatismo zelote, as formas politico-religiosas dos saduceus, que ao invés de proclamarem o reino, marginalizavam os que tinham convicções diferentes.

             Mas, por que Jesus agia assim?

             Cristo demonstra claramente que estamos muito errados em usar essa dicotomia pequena e falsa do corpo/alma, carne/espírito.

  Por influencia dos gregos, aprendemos que o corpo é uma prisão, então, tudo o que se refere ao corpo é sujo, demoníaco ou não presta. Mas na verdade, o ser humano não tem um corpo, ele é corpo.

Nefesh, é o termo hebraico que se traduz por alma, que é facil de ser entendido quando se traduz para o grego: psiqué.Nefesh é tambem traduzido por garganta, ou seja, o sopro de vida, (Genesis 2;7).

Na verdade, a Bíblia trata de alma como a fraqueza humana, debilidade e tendencia ao pecado.

Jesus curava o corpo por que essa era parte importante na sua missão, que somos seres humanos quando estamos ligados aos outros, antropologicamente falando, Jesus nos mostrou que somos seres humanos ao interagirmos com os seres humanos, só somos completos, a imagem de Deus no Compartilhamento.

Encarnação é o ato da divindade assumir a forma humana (dicionario Priberam) ou seja, foi consumada em João 1;14.

Ainda podemos podemos falar da kenosis (Filipenses 2;6-11) onde o Verbo se esvasiou de sua divindade à nossa forma debilitada por amor.

         
           
Considerações finais

         Diante do que foi posto, algumas coisas tem que ser colocadas em ordem:


  • Jesus não foi um ser humano como nós, Jesus foi o melhor dos seres humanos.
  • O corpo não é uma prisão, nem é algo pecaminoso ou ruim, mas parte do plano de Deus para a salvação.
  • Temos de entender Jesus dentro do nosso contexto Brasileiro e Latino Americano.
  • Temos de colocar a Teologia e a Doutrina a serviço do Reino e do Ser humano e não ao contrário.
  • Enquanto não olharmos nossos diferentes (alteridade) como iguais, não cumprimos a missão de Jesus.          


Agradecimentos

             Eu gostaria de coração de agradecer a todos que de alguma forma nos ajudaram a tornar o projeto café teológico, uma realidade, desde os teólogos e amigos que se propuseram a dialogar conosco, Evandro Rodrigues, Daniel Mariano, Maurilo Borges Junior, e a todos,  os novos e os antigos que não perdem as discussões.

              É muito dificil manter um grupo de estudos teológicos, ainda mais com a alta qualidade que nossos debates tem demonstrado, e tudo isso, esse primeiro aniversário é obra de vocês, iluminados e guiados pelo Espírito Santo de Deus.

Referências bibliográficas

BÍBLIA DE JERUSALÉM, nova edição, revista e ampliada: Paulus 2002.

RIBEIRO, Dr. Claudio de Oliveira; , . Desenvolvimento histórico e sistemático: A doutrina bíblica do ser humano, a doutrina bíblica da criação . Segunda edição . São Bernardo do Casmpo: Editora Metodista , 2010.  Páginas 35,36,37,38,39,40,41 e 42.

RIBEIRO, Dr, Claudio de Oliveira;. O Deus que não cabe em sí; Reflexões sobre a Doutrina da Criação e a Antropologia Teológica. Artigo Cientifico, São Bernardo do Campo,

CAMPOS, Sávio Laet de Barros. A prova da existencia de Deus em Anselmo. Artigo Cientifico. Mato Grosso.

¹gekaskaf@hotmail.com bacharelando em teologia pela Umesp telefone: 66064559.